sábado, outubro 22, 2011

Nativa de Favela

Venho falar de minhas mãos cansadas...
Do meu rosto marcado...
Da minha alma dolorida...
Da grande fúria rosa choque...
Da minha afro ascendência que me faz rica e forte
E governa a minha consciência!
Quando morre uma guerreira em qualquer canto do planeta
Eis que o mundo perde mais uma fonte enciclopédica
Minha atenção especial vai para minhas irmãs de guerra
Mulheres negras, ou, se não negras... Nativas de Favela!
No rebento recebi meu fardo imposto pelo machismo instituído
Que existe desde que mundo é mundo com o objetivo de nos inferiorizar...
Na escala, sou dentre as mulheres, a que paga o maior preço
Pois sou negra, e ser negra é dureza em qualquer lugar
Devido aos traços, cabelos e lábios que até hoje ninguém respeita
Indicaram-me a boneca barbie e a rainha xuxa...Ora, veja!
Encheram a minha cabeça de branca de neve, cinderela e rapunzel...
Foi muita luta pra assumir meu Black, mas tudo bem, meu limite é o céu...
Balancei mas não cai e pretendo não parar por aí!
Identifiquei e pontuei os erros e estou aqui pra correção
Grandes temporais se anunciam com uma leve brisa...
E uma simples fagulha, pode iniciar o fogo da rebelião!



By: Irís Mariá